sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dor Passageira

Acordei minha alma
Ancorada em tormentas
Desatei meus medos e
de mim mesma ,sofrí

Deformei minha áurea, clara
Sentí náuseas no jantar
Dor queimava em meu peito
Adentrando cômodos da casa

Frágil casco, forte atadura
Talvez adormeça esta noite,ou
Quem sabe perca a calma
Por sentir falta...

De quem? Daquelas benditas palmas
Consumindo o vento que sopra dentro de mim
Cantando estrofes recitando retratos
Rimas perfeitas de saudade

Reciclo cartazes refaço poemas...
Tremas,não mais!
Lamento e dores
Sorte e desejos,
Uma vez por mês ,todo mundo tem.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Na hora

Na hora certa!
Pediu-me pra chegar?
Alguem nos avisou?
Estávamos lá
Limpos, olhos luz
Sua voz era cântico
Bem Vida precisava ouvir

Reza

Queria poder entrar,
Não só naquela sala
Mas nos teus sonhos
Que me pedem pra acordar
Que me buscam na porta
Musicando o corredor.

Contos de outras vidas
Vida sem pudor
Surpreende almas fortes
Fragmenta meu andor
Reza vela noite a fora
Virgem! Cuida do meu Amor!

sábado, 3 de julho de 2010

Saída

A porta de entrada
Travou minhas idéias
Azul em minha mente
Já doente me imaginava
sua amada sem pudor
Ancorada
À seus pés

Metáfora e ponto
Daquela porta só eu saía
Vozes me aterrorizavam
Rendi-me ao medo
Secreto desejo anoitecia
Meu amor

Do que falamos quando dizíamos
Se nos amávamos
Por que me traíste
Na madrugada peco inocente
Leito labirinto quente transpira
Busca-me plena no espelho
À luz da Virgem sou doce
Sabor triste...

De volta

Na bagagem poucas lembranças
A imagem do coreto, brincadeiras de criança
Espanto e medo não me trazem mais aqui
Novas cores, amores vívidos , cicatrizes
Sorriso mais velho
No rosto o mesmo rosado
Na rosa menos espinho

A casa me reconhece,nela
Amanheço com neblina
Uma vida me visita
E a outra quer apreciar
Cantos e contos, Chapada dos Guimarães
Manga doce tem sabor de chegada
Meus olhos molhados sobem suas serras

terça-feira, 25 de maio de 2010

eu mesma

Que diabos acontece
Quando nao quero me entender
Complico o outro
E so' me limito aprender

sábado, 22 de maio de 2010

Triste ou Alegre

Pensamentos amanhecem em mim
Como revoada nao param
Seguem pelo ar, passaros
Fico triste ou alegre
So com saudade e Deus

Por acaso conheci voce
Discretamente
Me deu atençao
Ouviu minhas queixas
Meus medos e ambiçoes

Como nao te procurar amanha
A noite passou rapida
Para que fizessem suas
As minha clemencias
Nao me interrompeu...

Ideais engolidos, trocamos laços
Aprendi ser simples à sua apariçao
Nao devia haver medo
Nas minhas intençoes...
Com a vida, pelo mundo
Ha compulçao!

Chegamos ao flagelo
Seguramo-nos pelo temor
Quando trememos de frio
Fritamos um ovo
A familia nos fez mal

A vida nos deu ferias
E com elas acostumamos
De amor ,avidos por nao nos satisfazer
Buscamos dor
E seu preço pagariamos

Bonus, para os que nunca se satisfazem
No status, nos artificios, boates e escandalos
Nada nos fez parar
Uma luta na tv, talvez comentemos um dia
Nao brigariamos tecnicamente!

O que nunca foi jogo
Nos ganhou de goleada
Enfiados na caçapa de uma mesa
So as carreiras nos fez vibrar
Quanto frio no calor

Como terminaria isso
Sem odio ou desapego
Na noite clara, bebados
Numa bomba de oxigenio
Internados na doença

Naquele minuto de suor
Nao tomei banho
Peguei um aviao pra bem longe
Claro que voltaria um dia
Comecei a viver e...
Mudei meu CEP de vida

Eu era aquele sorriso

Lembra
Poeira como vento
Enriquecia a brincadeira
E eu cada vez mais
De cara pitada renascendo

Era eu aquela, imaginada por voces
Era meu aquele sorriso
So os dentes eram brancos
No po da estrada

As nuvens tambem brancas
Formavam frases
Ainda me chamavam
Quando deitava e tudo parecia rodar

Nem sabia o que podia ver
Onde pararia depois de fazer 20 anos
Planos....muitos!
Todos no guardanapo de algum bar

Eram varridos
Porisso desapareciam
Ate da minha mente
Que tampouco se entristecia quando novos planos apurava

Musica sempre aparecia
De fundo ou de palanque
O desejo vinha a tona
Encorporava a Elis

Assim o fazia toda noite
So nao sabia como terminar
Distante dos fatos que a terminara um dia
Eu era mais corajosa!Isso nao queria

Afinal,
Fiquei. resistindo as rabujices
Aos passos dos que nunca saem do interior
Pecava nas esquinas, corajosamente!

Nitida vida de encomodos
Inadequava qualquer um
Desde de que se deixasse seduzir
Essa era a senha

Aniquilar com as relacoes
Fazer de novo como um dia
Bem lá,aos 7 anos
Quando acabava com a brincadeira pelo meio

Nao suportei
Virei montro
Quiz acabar comigo mesma
Mas como....

Atencao!!
Procure a desaprovacao
De seus pais, seus vizinhos, seus amigos...
Acabar com esse amor te mataria

Assim o fiz
As noites ja nao tinham poeira
A estrada era so de ida
Os amigos eram pardos

Todos de flecha nas maos
Atirando sem ver
Acertando em si mesmos
Podres, coitados!

Cegos na vida
A saida, logo ali
Quem via, afinal
Mais um dia e.... é Natal!

Relembra a infancia
Chora seus entes
Implora um veneno
Pra matar essa dor

O sorriso agora amarelo
A fadiga era saude
O mal teve chance,
Pro bem ele viajou e nem quis mais voltar.

Na trilha

Meu Pai

Tive medo que morrece
Que nao me beijasse
...antes de dormir
Que suas maos nao mais me levassem
Aos lugares emocionantes

Tive pavor
De saber que te machucavam
Que o respeito que me ensinara
Nao tiveram por voce
Chorei de dor!

Senti frio
Quando nao apareceu pra me cobrir
Naquela noite fria
Longa e negra
Parecia a morte

A mesma que nao vinha
E so me irritava
Quando nao podia dormir...
Havia aula bem cedo
A materia tinha de cor

Nem assim o medo passava
Tambem nao sabia te pedir pra que nao morrece
Esquecia de tudo
Quando ouvia sua voz
Seu violao musicava o amor

Mais um dia normal e...
Voce tinha que trabalhar
Viajar
Preperava o carro
Como nas nossas viagens

A despedida era alegre
Promessas de noticias
Te amava quando pedia sua volta
Nem precisava chorar
Era meu heroi!

Ninguem se atreveria,
Sua inteligencia anunciava
Que as suas historias
Tinham sempre final feliz
E voce...ah! voce,
Seria meu pra sempre.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Meu silêncio

Preciso desse silencio
Sereno a te encontrar
Parada aí no tempo, turva

Vestido branco pano fino decotado
Pó desatino cobre seu escaninho
Marcas de vinho, vindas com dor

Sensível ,arrepia com o sopro do vento
Atormentada ao sentir meus beijos
Mais uma noite à me esperar

domingo, 25 de abril de 2010

Sonho Real

Quem disse que pécas do amor a que sucumbes
A frase está mal feita?
Ou é sonho em ataúde
Imagem de vidro exposta no andor
Coragem pra não doer!
Cresce ansiedade em mim
Amanhece poeta,você .

Flor de Abril

Trouxe a flor que não se abriu
Linda quando colhida no pé
Arrisquei descrevê-la
Mesmo que só em meu vaso de vidro

Água não chega nem o sol vai animar
Pois está longe da roseira
Como saber-se em outro lugar
Cada pétala entristecida vai caindo devagar

Somos nós como as flores
Que nos reconhecemos sem nos encontrar
Nem precisa falar muito
Só cantar e encarnar

Ó flor,não és mercadoria vil
Pálida padece como se a terra fosse árida
Simbiose enigmática acontece
Cresce ainda rosa morena a minha flor de abril

Perdôa-me

De nada adiantou os olhos naufragados
O desvelo não procedido
Nas frases desencantadas
Nessa história que não é só minha

Acontece que ficou marcado
O terno que não usara
No nosso casamento
Nas horas que nos foram dadas, pra sermos um

A vida virou de ponta cabeça, lamento...
A núpcia acontece cada vez que te vejo
Olhos regalo, prazer me azucrina
Nessa alma que é tão tua e me deixa feminina

Poesia que me entende e me inspira na loucura
Tão você, tão real ,tão trigueiro meu amor
Pelas lentes do cistal ,suor sem sol ...deixa aceso seu farol
Perde em mim sua voz que me acorda. Perdôa-me!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vai menina!

Quero amá-la e cuidar de você
Breve agreste blinda a dor
Senhora minha, menina
Santo é quem te vivencia
Sente inevitável, seu pendor

Pudor inocente vindo do centro
Dentro da mata virgem primata
Couraça de gente a me acenar
Rastro de ontem, arrimo oportuno
Fe noturna a me encorajar

Segue entao, minha brejeira
Desvelo aos seus, que a esperam
Sorridente marcando suave desleixo
Coragem de hoje deixada na
Figa, do milagre previsto

Doce olhar
Vai longe margeando o rio
Encontro discreto entre novos e velhos
Procura o desconhecido
Pede vida ...num eterno buscar

Moça tosca

Peleja vida séria
Moça tosca quer sonhar
Marota barroca suculenta
Sente e se deita na rede
Branca tez amamentar

Sua seu traje roto, malícia morna de acordar
Credo canta em alaude
Reza terço esconde medo
Tarde acende candeeiro
Muda mente acalmar

Rente à pele
O sonho impossível
Alimenta o fogo sem dar um trago
Profano e aflito seu corpo quer te encontrar

Mulher de Pedra

Quem disse que é de pedra
A mulher que te supera
Vive a vida lá no alto
Desenha seu rosto com detalhe
Corta o céu com tons e talhos

Sigo a te procurar
Mulher que me consome no olhar
Entre planos e atalhos
Bravo quem te surpreende deitando à seu lado

É frio ou faz calor
Onde tua alma se esconde
De perto és perfeita, tatua seu corpo no céu
Deitada acompanha quem te descreve

Cega, olha o Deus que te acolhe
Alivia quem dele duvida
Afinal, que faz você tão linda
Continuar aí pedra fria mulher?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Água de Abril

Chuva dentro de gente lá fora
Água sujando as lágrimas
De mortais nobres
Pobres agora

Sobra espaço no verde
Barro cimento sangue em Abril
O vento espera vidas
Amor renascendo na teia

Caos dos bons aos maus
Derrama leite no morro
Morro porque me esquece
Vivo de quem me entorpece

Entristece favela
Fragmenta sua facção
Frio flagelo dor retidão
Amanhece o samba pedindo socorro
Escorre na vela a minha oração

terça-feira, 6 de abril de 2010

Férias na fazenda

Rios que me riram
Quando criança os atravessava
Redes em correnteza
Canoas mal cuidadas,peões estrada poeira
Meu burrinho, São Benedito...
Festas e bailes
Serrado
Deixei

A fazenda...Ah! a fazenda do meu avô
Viagens na caminhonete verde
Na mente que se achava madura
Tortura, ninguém me entende!
Como vai ser minha vida
Quando eu crescer?

Sentí medo
Guardei segredo desse medo
Lobisomem me devorava
Noites de angústia sem sentir dor
Seguro era alí
Na caminhonete verde do meu avô

Aquela poeira na estrada incomodava
Chegar era demorado
Ficar me causava medo
Rezava a reza da minha vó
Isso viría ajudar
A tela de mosqueteiro
Diminuía meus temores
Dormía, apesar do medo
Vivía ...cresendo com meu segredo

Se te (a)guardo

Se te amo e não me ouves
É assim que o pretendo
É de ouro o alvoroço
Quando o sigo frente aos traços

Um abraço não me vale
Se te beijo por desejo
São tremores coração batendo
É amor de verdade e brejeiro

Se te aguardo não o deixo sentir
O que guardo partiu e tem fim
Teu rosto meu dorso tua linha meu verso
Matreiro oposto, definhas tu ao que parece incesto

domingo, 4 de abril de 2010

Se

Esqueces minha rosa
?Esqueço sua medalha
Espera-me pra hoje
Despeço-me destemperada

Compõe a canção pra outra
?Canto desencontro de amor
E suas rimas solitárias
?Não são das minhas, vindas

Sabes que não o procuro
Meus apelos já desceram pelo elevador
A vida me vem na medida
Acolhe-me em rendas e me despe no calor

Não te deixo

Como te deixar
Se me trazes num olhar
E me deita em seu Percal
Tão precoce e natural
Amor de vento sem litoral

Quisá te conher de verdade
Será mesmo grande necessidade
Camafeu valioso pedras tarbalhadas
No peito doença de saudade apertada

Amanhece em meus lençóis
Cheira cravo e damasco
Fruta madura tem gosto de fé
É da fé que me embriago
Junto aos anjos que nos cuidaram

Seu olhar

Irrefragável seu obsevar

Até onde posso ,vou-me por completo

Meu rosto suor na pele de seu escrito

Meus peitos doce leito

Que te espera pra dormir

Marfim importuno turva o corpo

Ventre permeia seu dorso

Ao meu galopar

É só um sonho

Apaga a escuridão de meus olhos

Que te descobre fina película

Descosturando costumes

Não me deixam mais amar

sábado, 3 de abril de 2010

Recado

Como não saber-te
Sentada frente aos sinais

Pareço enfrentar-te
Ante sons cores e dores letais

Se nem te tocas à canção
Quem então descreve tamanha emoção

Quem me faz ávida por beijos de herói
Vaqueiro do Serrado,desordeiro e beberrão

Testemunhe minha mensagem
Retornando-me tua atenção

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pontuação

Nas linhas ,nas frases
A vírgula que nos separa
Nos traços , nos mapas
O trajeto mal feito
Nas metas...há metáfora

Para cada crise,
Uma crase se manifesta
Uma clave de sol
Entoa a vida
Quando deseja você

Fértil

Fértil e a sós
Nosso amor fecunda
Estranha lacuna
Deixada por nós

Sangra, clamando porto
Seguro, nesse momento
Meios aos laços, Nós....
Cinzas de Chapas e Cruzes

Serrado assim, ao meio
AvassalaDor de sentimento contido
Descansa em verde mato
Causa em mim algum receio

Fecunda a história
Da raiz ao fruto
Do sêmen à origem
Fértil e frágil
Na mata é virgem

Des Encontros

Inato sentir
Filho de meu ventre
Rente pêlo em meu contorno
E o corpo arrepia frio

Meu coração
Voz ativa
Repete sonoras batidas
Arrítmicas

Raiz de outrora
Me zela
Me reza
Me canta e me deita

Rubra face
Quando descobre minha natureza
Escarlate em você
Sacramentando os encontros
Confessando minha alma
Que acabamos de esconder

Tempo

Não quero marcar a hora de sair
Tampouco minha chegada
Contar de mim é me encantar
Com tudo de você
Minha respiração se encarrega disso
Quantas vezes a perdí
Em quantas te observei
Em sonho nos amamos
No raso há uma paixão
Profundo ,não mais voltamos...

terça-feira, 16 de março de 2010

Azulejo

Azulejo

De onde rosado
meu corpo ensaboa

Azulejo

Quando meus olhos
Temem perder seu céu

Azulejo

Branda pálida terna
Nossas vozes se encontram

Azulejo

Aurora ancestral
Acorda meu amor!

Azulejo

Vejo azul mesmo que verde
Saia bordada, danço para ter-te


segunda-feira, 15 de março de 2010

Antes fosse

O que vai na minha alma
Não é dor nem tristeza

Antes fosse...

Não é medo nem pena
Ao menos fosse...

Não é raiva nem desprezo
Quem dera fosse...

É muito mais profundo
É um vazio sem fim

Antes fosse um FIM

Quem sabe?

Hoje a hora é tarde
Quem sabe outro
Verso em prosa me aguarde

Quem sabe sonho e
Te encontro mais tarde
Na sala sentado
Sentindo saudade

Quem sabe me olhe ,me sinta
?E se cale
Saúda a vida
Entre o verde e o azul, a grade

Migalhas de nós

Porta de entrada

Não comporta o que sinto

Planos de vida no

Papel de parede



Migalhas de nós

Espalham o ausente

Matrimônio mulher martírio

Manifesta presente



Agora que é tarde

Nada mais se vê

Atrever-se porquê

Se preciso não foi



Verdade de angustia

Vertigem ao caminhar

Viola sente saudade

Vulcão acorda no peito



Frida, calo-me

Florida se faz minha manhã

Fastío já passado

FInal feliz, será?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Assim é que te encontro

Devolve-me a música

Que fiz pensando em tí

Revelo-me telúrica íntima impura

Esperando seus cortejos

A me encontrar madura

Na minha escrita estrada leito

Algumas palavras .....

Vindas de uma frase sua

De uma só vontade

Obceno aceno dizendo

Até onde me quer

Traz-me notícias suas agora

Permitindo imaginar-te

Se ao dia estás disperso

Vem com rimas impuras

Coração concreto couraça de


Peito cravado na faca afiada

Calhou -me certinho a dor que te sentí

Concertos de estragos

Extravio de nós

Papéis engavetados de frases compostas

Antes que a árvore grite seu tombo

E que mais uma vez

Fique o amor para tráz


domingo, 7 de março de 2010

Breu

Nada de luz

Às cegas

Acende a fresta

Tudo acontece



Nunca mais medo

Salvo o sagrado

Melodia de-amantes

Onde já fora segredo

Linhas de catarse

Traço entre linhas

Um navegante só

Das historias que encontrei

As que me começou contar

N'algumas rastros nossos , rostos

À sós aos nós

Labirinto nosso

Remorsos do passado em náusea



Infeliz quando entrei naquele bêco

Você tomou a rua de baixo

Dalí perdemos o ponto nos olhos

De encontro

Embriagados caminhos descruzaram

Balcões porões porrada !

Reza estrada vela descarrêgo



Nunca você

Algum pressentimento

Nas minhas preces ,alívio

Indefinido centímetro

Marca o que nos separa e

Tudo que nos tem por perto



Dancei fados infelizes

Olhos tristes me observaram

A vida iria até alí , riría de mim ?

Selvagem que me coube um dia

Tivemos sós em nós dois

Sol à céu

Onde mais longe me arrisquei



Troquei bagagens temí barreiras

Tremí terror de noites quentes

Quando não vinhas ....-porque não vinhas?

Nem meu tu eras

Tampouco eu era minha


Trilhei esporas caipira de outrora

Fingindo lucidez na dor de angustia

- Bobagem tanta culpa

A bússola como companheira

Fez-me chegar ardente lareira

Avistar inquieto

Era um lar uma trincheira

Cor do negro no culto branco

Alma trigueira

Alí minha alma

Hoje mais calma

Catarse

Te encontro

sábado, 6 de março de 2010

Azul

Azul minha cor

Desce meu véu

Nos olhos que não são teus

Encerram textos

Compostos à sós

Palavras cruzadas

Nos nossos lençóis



Azul que me é mar

Em tí escurece

Nunca se faz tarde

Nos graves do seu tom

Nas grades


Quando emudece

Companheiro cruel

Faz-me chorar




Por que azul

Tão sol tão mar tão sul

Toma minha palavra

Deixa a resposta precisa

E me acompanha

Com calma

Com alma de quem olha

Azul o horizonte










Tarde da noite

Porque pensar poeta
Porque cansar a seresta
Cobre de sonhos o que
Detesta aprender

Canta metáfora
Toca em meu peito
Sensível desejo
Ponto de agulha meu leito

Não mais te querias

Não me trazias mais alegria
Nem de mim tinhas
Suave bem vindo bom dia

Derramou sangue onde estava ferido
Lamento sutil visto de longe
Leite morno afagou monotonia

Não eras meu
Mas te queria
Rezo terço peço o eixo

Punho em pena verde
Traduzir apego
Desvelo quando me deito

Escreves em mim
Que te leio de novo
Em meu canto encontro socorro

No ventre nascias
Rótulos posses credos
Caminho em passos que me alcançou um dia

Benzedeiras de parto
Fizeram de mim parte do texto
Que existe aí dentro de tí

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Lacunas

Espaço
Entrelaço
Vago validando o desfecho
Desenfreado do prazer
Abrupto

Segue a flecha
Lâmina tênue
Entre a dor fina
Do amor

Lacuna noturna
Contundente
Sorte do passado
Não sabia que hoje
Ausente

Paradígma inabdicável
Paradoxo pertinente
Para o bem de quem
Pedindo bênçãos
Amem

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu me entendo

Entendo as palavras não ditas

Destrincho as frases evasivas

Nada na medida

Não quero o que mais

Pode me parece certo

De perto o erro parece incesto

Importuna os impuros

Escafandros de prazer

Até porque

É segunda , e de novo

Não sei o que fazer
Quarta feira
Em meu quarto
Lua cheia
Cinza prata longe, lá no alto

Sorte vê-lo por acaso
Diacho, não sei
Porque nunca te acho!

Sono não tenho
Calor que me despe,diverte
Coração bate frio
Amor pra que aquece

Salto ao teu som
Longe ainda ouço
Perigo te achar
Será triste o calabouço

Cinzeiro de gente
Acabou a folia
Quimera em retalhos
Cinzas cintas alegorias

Fantasma de poder
Fantoches a dançar
Fábrica de amor igual
Fantasio o que desejo
Pobre de mim é Carnaval

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Cinzas

Incendeia o que ficou

Tudo que de mim sopra

Em tí permanece

Amarelo céu a me queimar

Nele ainda te quero



Se soubesse que um dia

Nas pedras da minha rua

Contava reticente sua espera

Folhas que caíam

Espalhavam seu sol maior



Em meu canto

Alegria

Praça cheia colorida

Quero entrar nesse clamor



Canta encanto poesia

Sai da sombra e vem pra mim

Resta um dia

Um meio

Respira

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Meu carnaval

Doura o estribílho

Na minha fantasia

Faz no corte da avenida

Alma colorida a me desmascarar



Marcho seu enredo

Passado feito fome

Nas bancas de um jogo

Que só ganha quem tem hoje



Suor que lava o chão

Desfila meu irmão

Que eu vou te acompanhar

Reflexo da bruma ao caos


Vida assídua

Correntes colares anéis união

Escarlate pé no chão

Pele negra sangue branco

Disforme o coro, acalanto


Carne corôa credo carnaval

Salve suor sangue Senegal

Musica marcha mancha moral

Festa feitiço fastio feudal


Sensura hoje não

Artéria convencional

Sublima o amor que puro

Desfila enredo no Meu Carnaval

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sempre que venho...

Sempre que venho

Já não é mais carnaval

Princípio é dentro de mim

Traz ramalhete na linguagem musical

Enigmático esse olhar...

Raiz de linhagem em tí

À me permitir

Nitidamente

Só não quero que me faças mal

Rusga de paixão desmedida

Cancela tudo que ha

Cancela à se fechar

Talvez não possa seguir

Salva ,porem, estou

Quem sente a dor

Talvez venha incomodar

Ir ao seu encontro

Avatar


Alarme no elevador

Não importa se...talvez

Temo a angústia do prazer

Pena capital a me torturar

Verde folha lembra esperança

Ver-te nunca mais?

Alheio sinto à minha busca

Prefácio legítimo

Em encadernação perfeita

Num romance que arde recluso

Confunde meu caminhar

Penso no que poderia ser

Azeite pura oliva

Escorrendo nas veias à me temperar


Peixe pacú pintado

Serrado

Seria errado expectar?

Roça poeira estrada

Leite da mulher amada

Inevitável consentir esse amor

Dos que pude

É o de mais valía

Saber sentir calada

Também é ser amada .
























































domingo, 24 de janeiro de 2010

A Carícia

Acalmo minha tenra palidez

Falando-lhe

Mesmo que nesse silencio

Inicío tudo

Semear mais uma vez

Vida que se ajeita

O ponto é o mesmo... de partida

Dividida na travessia

Dívida comigo

No tempo ,o canto

Dos pássaros falam de mim

Na fragância, o desejo súbito


Saber de tí


Despetalar sua pele rara

Cantar sua boca

No sabor de sua saliva

Seiva que derrama morna

Não me comece a leitura

Que destrata

Armadura perfeita corroída

Permanece âncora

De ilusão passageira

Meus eus por tí

A tarde seu acorde

Côro bem feito de um final feliz

Vejo você ,nas pautas que ainda escrevo

Em letras minúsculas

Aparece símbolo de amor

Do meu amor

Não sai de mim,

Não desaparece assim

Estrela minha

E...fim


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Quebra luz

Hoje te vejo

Alma lavada, escorre com a chuva

Traz minha comunhão

Alimenta vida em prélio

Suaviza o calor

No alpendre, a visão é irreal

As palavras acordam

Istróina de biografia

Desordem no final

Podia ser sábado ainda...

Eu te quero e te pertenço

Amor em branco e preto

Sucinto

Melhor assim

O que leio e releio

Avidez de meu corpo

Talvez aí contigo, algures

Albergue da minha alma

Acendo meu abajour

Claro se faz ao redor

Sombras de nós dois

À pantalha tudo é cor

Carnaval só tem lá fora

Samba que faço tem amor

Sol suor sabor e sal

À mim ,a roda chega quadrada

Atendo às limitações

Contingente caminhar

Corrijo e não mais fujo

Justo agora sem dor nem amizade

Coração aperta e a vida sopra

Tão mais bela

Tão mais forte

Tão mais sorte!

MINHA HISTÓRIA

Calo-me
Distante, diante do que é seu
Residência fixa
No convés da minha avidez
Trago sorte, acumulo crenças
Passos fortes não me podem seguir
Mágoas profetizam meus dias
Sensiveis minha canções
Compostas em tí
Remorsos não mais meus.
Luz do sol ampulheta
Acerta meu destino, solitário
Aceito caminhar
Logradouros, vilas , favelas
São todos meus"Eus" à me seguir
Já não vou mais sozinha
Traumas não são mais tragédias
Mas, trajetória bucólica
Sangue, suor, paixões e
Musica. Sempre musica
Pausa para descanso
Ar rarefeito no meu peito aberto
Seiva suave no labirinto
Trago a vida, vivo o pleno
Puro alívio quando amo
E amo...até dormir
Falo então
Porque calada me fez seguir
E eu serva, tenente a me iludir
Semente da mesma árvore
Forte me ví fraquejar
Temente por obrigação
Sofrí
Hoje,destino
Desafio sua cartilha a me findar
Não sou mais sua história
Sou a mesma de um dia
Desafio que me inebria

HOJE INTEIRA

Passou
Acendí a luz do meio dia
O interesse foi meu, e
passou...

Saí do mesmo ponto
Aponta uma saudade
Não mata mais agente!

Sou inteira , união perfeita
Lacre de vinho a esquentar minhas entranhas
Estranho-me quando sem calor

Lágrimas correm
Por outros motivos
Alheias àquela tinta,esbranquiçada ou azul

E a voz entonada
Flagelo de saudade
Ainda vem me vizitar

A distância que se fez
Apelo de amores racionais
Agora não mais sinto

Lento desapego
à me torturar

E eu, forte como nunca
Sobrevivo

Feliz companhia
A me fazer passar
Nas mesmas ruas

Na embriaguês daqueles
Seguidores de um só rítmo
Polidos e poliglotas
Frases prontas a dizer

Cultivo em meu contorno
As ervas que sempre semeêi
Danadas, picantes, afrodisíacas
Daninha, deito-me em seu sonho

Aprecio vazia o todo que me reinicia
Hoje, girasol
Ontem margarida

domingo, 10 de janeiro de 2010

Faz-se vermelha minha saudade
Carinho maior, quando te achei
Plácido, atento
Refinado trato ao me abordar
Sorrí na alma, áspera e clara
Como se naquele instante
Minha vida chegara
Iluminando minha aurea
Clareando meu semblante

Quantos anos te esperei
Sem saber que existia
Fui me apaixonando
Aos quatro ventos
Veroz como correnteza
Descendo rio abaixo
Nunca houve uma fronteira
Senão essa que nos une e
Maltrata meu querer

Madura confesso
Já sentí mais por tí
Não contive a angustia
Dela nada se fez antídoto
O que nos uníu
Oposto de sonhos e musicas
Desafina quando o desafio é seu
Devoto fiel
Dos temores dos mortais

Desgarrada me ví
Dígna então de prazer
Madona perfeita
Estreita travessia
Sempre a me aventurar
Vida que me clama e me
Inebria....estava lá
Quase só ....sem verde ,verdade
Fantasia

Como pôde o silêncio ser assim
Tão presente
Como hoje, pós tanto sofrer venho
Arriscar pelo ausente
Pelo aparente ,frio
Lente que aumenta minha dor
Míope meus olhos não diferenciam
Alegria de amor
Alforria meu sensível desejo
Que sem medo nem tremor
Veio são, salvo, sertanejo
Por um momento sequer
Pedir-te um beijo
Apenas isso, um beijo

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

CARAMELO

Caramelo manhã
dia me acorda , armadilha de luz
no nobre acorde
chegou primeiro e guardou aqui
Dentro do meu coração
a fonte rasa do meu rio
de janeiro à janeiro
nem oito nem oito centos
declama em versos o que de mim restou
Casamento perfeito
de jeito nenhum pode existir
porque o sonho sonha baixo
A poesia fala alto !
amor , poesia, lágrima, alforria
desprezo punhal
cruz espada a me marcar ainda
mais que a dor pode suportar
Mais um ano, menos um plano
planta morta a servir de adubo
sempre verde
faz crescer um clamor maduro
Matura em mim, amargo
desencarnado
Vai ter com a noite, dia!!
desbota nela seus sonhos
faz-se úmida
emudece
Renasce feliz , canta a segunda parte
de nossa letra provinciana
descrita por nós
evidente e ausente
a nos ausentar de NÓS