domingo, 24 de janeiro de 2010

A Carícia

Acalmo minha tenra palidez

Falando-lhe

Mesmo que nesse silencio

Inicío tudo

Semear mais uma vez

Vida que se ajeita

O ponto é o mesmo... de partida

Dividida na travessia

Dívida comigo

No tempo ,o canto

Dos pássaros falam de mim

Na fragância, o desejo súbito


Saber de tí


Despetalar sua pele rara

Cantar sua boca

No sabor de sua saliva

Seiva que derrama morna

Não me comece a leitura

Que destrata

Armadura perfeita corroída

Permanece âncora

De ilusão passageira

Meus eus por tí

A tarde seu acorde

Côro bem feito de um final feliz

Vejo você ,nas pautas que ainda escrevo

Em letras minúsculas

Aparece símbolo de amor

Do meu amor

Não sai de mim,

Não desaparece assim

Estrela minha

E...fim


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Quebra luz

Hoje te vejo

Alma lavada, escorre com a chuva

Traz minha comunhão

Alimenta vida em prélio

Suaviza o calor

No alpendre, a visão é irreal

As palavras acordam

Istróina de biografia

Desordem no final

Podia ser sábado ainda...

Eu te quero e te pertenço

Amor em branco e preto

Sucinto

Melhor assim

O que leio e releio

Avidez de meu corpo

Talvez aí contigo, algures

Albergue da minha alma

Acendo meu abajour

Claro se faz ao redor

Sombras de nós dois

À pantalha tudo é cor

Carnaval só tem lá fora

Samba que faço tem amor

Sol suor sabor e sal

À mim ,a roda chega quadrada

Atendo às limitações

Contingente caminhar

Corrijo e não mais fujo

Justo agora sem dor nem amizade

Coração aperta e a vida sopra

Tão mais bela

Tão mais forte

Tão mais sorte!

MINHA HISTÓRIA

Calo-me
Distante, diante do que é seu
Residência fixa
No convés da minha avidez
Trago sorte, acumulo crenças
Passos fortes não me podem seguir
Mágoas profetizam meus dias
Sensiveis minha canções
Compostas em tí
Remorsos não mais meus.
Luz do sol ampulheta
Acerta meu destino, solitário
Aceito caminhar
Logradouros, vilas , favelas
São todos meus"Eus" à me seguir
Já não vou mais sozinha
Traumas não são mais tragédias
Mas, trajetória bucólica
Sangue, suor, paixões e
Musica. Sempre musica
Pausa para descanso
Ar rarefeito no meu peito aberto
Seiva suave no labirinto
Trago a vida, vivo o pleno
Puro alívio quando amo
E amo...até dormir
Falo então
Porque calada me fez seguir
E eu serva, tenente a me iludir
Semente da mesma árvore
Forte me ví fraquejar
Temente por obrigação
Sofrí
Hoje,destino
Desafio sua cartilha a me findar
Não sou mais sua história
Sou a mesma de um dia
Desafio que me inebria

HOJE INTEIRA

Passou
Acendí a luz do meio dia
O interesse foi meu, e
passou...

Saí do mesmo ponto
Aponta uma saudade
Não mata mais agente!

Sou inteira , união perfeita
Lacre de vinho a esquentar minhas entranhas
Estranho-me quando sem calor

Lágrimas correm
Por outros motivos
Alheias àquela tinta,esbranquiçada ou azul

E a voz entonada
Flagelo de saudade
Ainda vem me vizitar

A distância que se fez
Apelo de amores racionais
Agora não mais sinto

Lento desapego
à me torturar

E eu, forte como nunca
Sobrevivo

Feliz companhia
A me fazer passar
Nas mesmas ruas

Na embriaguês daqueles
Seguidores de um só rítmo
Polidos e poliglotas
Frases prontas a dizer

Cultivo em meu contorno
As ervas que sempre semeêi
Danadas, picantes, afrodisíacas
Daninha, deito-me em seu sonho

Aprecio vazia o todo que me reinicia
Hoje, girasol
Ontem margarida

domingo, 10 de janeiro de 2010

Faz-se vermelha minha saudade
Carinho maior, quando te achei
Plácido, atento
Refinado trato ao me abordar
Sorrí na alma, áspera e clara
Como se naquele instante
Minha vida chegara
Iluminando minha aurea
Clareando meu semblante

Quantos anos te esperei
Sem saber que existia
Fui me apaixonando
Aos quatro ventos
Veroz como correnteza
Descendo rio abaixo
Nunca houve uma fronteira
Senão essa que nos une e
Maltrata meu querer

Madura confesso
Já sentí mais por tí
Não contive a angustia
Dela nada se fez antídoto
O que nos uníu
Oposto de sonhos e musicas
Desafina quando o desafio é seu
Devoto fiel
Dos temores dos mortais

Desgarrada me ví
Dígna então de prazer
Madona perfeita
Estreita travessia
Sempre a me aventurar
Vida que me clama e me
Inebria....estava lá
Quase só ....sem verde ,verdade
Fantasia

Como pôde o silêncio ser assim
Tão presente
Como hoje, pós tanto sofrer venho
Arriscar pelo ausente
Pelo aparente ,frio
Lente que aumenta minha dor
Míope meus olhos não diferenciam
Alegria de amor
Alforria meu sensível desejo
Que sem medo nem tremor
Veio são, salvo, sertanejo
Por um momento sequer
Pedir-te um beijo
Apenas isso, um beijo

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

CARAMELO

Caramelo manhã
dia me acorda , armadilha de luz
no nobre acorde
chegou primeiro e guardou aqui
Dentro do meu coração
a fonte rasa do meu rio
de janeiro à janeiro
nem oito nem oito centos
declama em versos o que de mim restou
Casamento perfeito
de jeito nenhum pode existir
porque o sonho sonha baixo
A poesia fala alto !
amor , poesia, lágrima, alforria
desprezo punhal
cruz espada a me marcar ainda
mais que a dor pode suportar
Mais um ano, menos um plano
planta morta a servir de adubo
sempre verde
faz crescer um clamor maduro
Matura em mim, amargo
desencarnado
Vai ter com a noite, dia!!
desbota nela seus sonhos
faz-se úmida
emudece
Renasce feliz , canta a segunda parte
de nossa letra provinciana
descrita por nós
evidente e ausente
a nos ausentar de NÓS