terça-feira, 16 de março de 2010

Azulejo

Azulejo

De onde rosado
meu corpo ensaboa

Azulejo

Quando meus olhos
Temem perder seu céu

Azulejo

Branda pálida terna
Nossas vozes se encontram

Azulejo

Aurora ancestral
Acorda meu amor!

Azulejo

Vejo azul mesmo que verde
Saia bordada, danço para ter-te


segunda-feira, 15 de março de 2010

Antes fosse

O que vai na minha alma
Não é dor nem tristeza

Antes fosse...

Não é medo nem pena
Ao menos fosse...

Não é raiva nem desprezo
Quem dera fosse...

É muito mais profundo
É um vazio sem fim

Antes fosse um FIM

Quem sabe?

Hoje a hora é tarde
Quem sabe outro
Verso em prosa me aguarde

Quem sabe sonho e
Te encontro mais tarde
Na sala sentado
Sentindo saudade

Quem sabe me olhe ,me sinta
?E se cale
Saúda a vida
Entre o verde e o azul, a grade

Migalhas de nós

Porta de entrada

Não comporta o que sinto

Planos de vida no

Papel de parede



Migalhas de nós

Espalham o ausente

Matrimônio mulher martírio

Manifesta presente



Agora que é tarde

Nada mais se vê

Atrever-se porquê

Se preciso não foi



Verdade de angustia

Vertigem ao caminhar

Viola sente saudade

Vulcão acorda no peito



Frida, calo-me

Florida se faz minha manhã

Fastío já passado

FInal feliz, será?

quinta-feira, 11 de março de 2010

Assim é que te encontro

Devolve-me a música

Que fiz pensando em tí

Revelo-me telúrica íntima impura

Esperando seus cortejos

A me encontrar madura

Na minha escrita estrada leito

Algumas palavras .....

Vindas de uma frase sua

De uma só vontade

Obceno aceno dizendo

Até onde me quer

Traz-me notícias suas agora

Permitindo imaginar-te

Se ao dia estás disperso

Vem com rimas impuras

Coração concreto couraça de


Peito cravado na faca afiada

Calhou -me certinho a dor que te sentí

Concertos de estragos

Extravio de nós

Papéis engavetados de frases compostas

Antes que a árvore grite seu tombo

E que mais uma vez

Fique o amor para tráz


domingo, 7 de março de 2010

Breu

Nada de luz

Às cegas

Acende a fresta

Tudo acontece



Nunca mais medo

Salvo o sagrado

Melodia de-amantes

Onde já fora segredo

Linhas de catarse

Traço entre linhas

Um navegante só

Das historias que encontrei

As que me começou contar

N'algumas rastros nossos , rostos

À sós aos nós

Labirinto nosso

Remorsos do passado em náusea



Infeliz quando entrei naquele bêco

Você tomou a rua de baixo

Dalí perdemos o ponto nos olhos

De encontro

Embriagados caminhos descruzaram

Balcões porões porrada !

Reza estrada vela descarrêgo



Nunca você

Algum pressentimento

Nas minhas preces ,alívio

Indefinido centímetro

Marca o que nos separa e

Tudo que nos tem por perto



Dancei fados infelizes

Olhos tristes me observaram

A vida iria até alí , riría de mim ?

Selvagem que me coube um dia

Tivemos sós em nós dois

Sol à céu

Onde mais longe me arrisquei



Troquei bagagens temí barreiras

Tremí terror de noites quentes

Quando não vinhas ....-porque não vinhas?

Nem meu tu eras

Tampouco eu era minha


Trilhei esporas caipira de outrora

Fingindo lucidez na dor de angustia

- Bobagem tanta culpa

A bússola como companheira

Fez-me chegar ardente lareira

Avistar inquieto

Era um lar uma trincheira

Cor do negro no culto branco

Alma trigueira

Alí minha alma

Hoje mais calma

Catarse

Te encontro

sábado, 6 de março de 2010

Azul

Azul minha cor

Desce meu véu

Nos olhos que não são teus

Encerram textos

Compostos à sós

Palavras cruzadas

Nos nossos lençóis



Azul que me é mar

Em tí escurece

Nunca se faz tarde

Nos graves do seu tom

Nas grades


Quando emudece

Companheiro cruel

Faz-me chorar




Por que azul

Tão sol tão mar tão sul

Toma minha palavra

Deixa a resposta precisa

E me acompanha

Com calma

Com alma de quem olha

Azul o horizonte










Tarde da noite

Porque pensar poeta
Porque cansar a seresta
Cobre de sonhos o que
Detesta aprender

Canta metáfora
Toca em meu peito
Sensível desejo
Ponto de agulha meu leito

Não mais te querias

Não me trazias mais alegria
Nem de mim tinhas
Suave bem vindo bom dia

Derramou sangue onde estava ferido
Lamento sutil visto de longe
Leite morno afagou monotonia

Não eras meu
Mas te queria
Rezo terço peço o eixo

Punho em pena verde
Traduzir apego
Desvelo quando me deito

Escreves em mim
Que te leio de novo
Em meu canto encontro socorro

No ventre nascias
Rótulos posses credos
Caminho em passos que me alcançou um dia

Benzedeiras de parto
Fizeram de mim parte do texto
Que existe aí dentro de tí